Você sabe o que é o “voto de cajado”? Bem, basicamente é
como alguns religiosos apelidaram o voto de cabresto promovido pelos pastores.
E, caso não saiba o que é o voto de cabresto, é quando certa pessoa com
qualquer influência maior sobre outras ofereça “favores” caso votem no
candidato indicado por eles; caso isso não seja feito, a pessoa que se recusou
a dar o voto recebe algum tipo de “punição” (pelo menos é essa a idéia). Era
muito comum no Brasil Colonial, quando coronéis faziam favores em troca de
votos a seus indicados e lançavam os jagunços no encalço de quem não o fizesse.
É uma verdadeira política de pão e circo, mais ou menos.
Como sabemos, as igrejas protestantes ganham cada vez mais força no Brasil e surgem mais “grupos”, como a mais recente que eu conheço, a Bola de Neve (acho que é isso). Bem, os pastores dessas igrejas exercem uma forte influência sobre suas “ovelhas”, principalmente sobre os que já freqüentam a igreja há um longo tempo. E essa influência não poderia também ficar de fora da área política.
Vejamos, o
brasileiro é tido como um povo brejeiro e isso se torna verdadeiro quando falamos
de política. Quase ninguém se interessa por essa área hoje em dia; também,
pudera! Temos péssimos exemplos na política de hoje e nenhum incentivo à
participação pública nas câmaras. Então, digamos que eu, um brasileiro que não
se interessa por política, vou à igreja e ouço meu pastor falando que tem um
candidato excelente e que Deus trará bons tempos aos que votarem em Fulano. Eu
vou procurar pesquisar sobre o candidato e outros, ou simplesmente ouvir meu
líder religioso e escolhê-lo?
E é isso que
encontramos em muitas igrejas, principalmente de denominações evangélicas, hoje
em dia; não digo que ocorre em todas, mas na maioria. E, claro que os
candidatos sempre fazem parte do meio religioso. Mesmo quem não vai à igreja
pode ver nas ruas os cartazes de “Pastor Fulano”. E qual é o grande problema
disso? O Estado é laico; ou pelo menos deveria ser. A religiosidade ou falta
dela não pode e nem deve afetar a sua decisão final na urna; a única coisa
crucial que devemos considerar nos candidatos é sua competência como político e
seu compromisso com o povo.
Bem, o problema não
está apenas nos pastores, mas também nos religiosos que se deixam influenciar
por seus líderes sem sequer procurar informações sobre os candidatos. E, bem,
sabemos que os candidatos religiosos nem sempre merecem algum crédito, porque
eles irão levar esses conceitos religiosos para a câmara; vão levar seu
preconceito contra gays e ateus, sua intolerância ao aborto e às piadas
religiosas. Devemos lembrar que as decisões dos deputados, vereadores, etc,
devem visar apenas o bem do povo e não uma satisfação divina.
Um exemple disso é
o candidato e pastor Marco Feliciano, que nutre um grande preconceito contra
gays principalmente; tanto que, na última semana declarou no congresso Gideões
Missionários que “a AIDS é o câncer gay”, o que revela total ignorância sobre a
doença, os homossexuais e as DST’s em geral. Também culpou
a "sexualidade libertina" pelo aumento dos casos da doença e também
em seu twitter ele disse que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por
Noé” e justificou as afirmações atribuindo as misérias do continente africano à
“primeira relação de homossexualismo do mundo”, que segundo ele ocorreu naquela
região. Mais tarde, o pastor
disse que as postagens feitas em seu twitter foram colocadas por acessores sem
sua autorização;mas, sinceramente, acho que não.
Há um abaixo-assinado na internet pedindo a
cassação do deputado, que você pode assinar aqui.
Bom,
para não alongar ainda mais o “protesto” mal feito dessa adolescente, peço que
você, religioso ou não, não se deixe influenciar por seu pastor, amigo, chefe,
o raio que o parta. Nós lutamos muito para conseguir o direito de voto, e o mínimo que você pode fazer para honrar os
que lutaram nessa empreitada é se importar com a política, é se informar sobre
seu candidato (mesmo que no final seu voto acabe sendo nulo) e trazer um pouco
de esperança à nossa política brasileira. Quem faz a política é povo, então
vamos fazer o povo trabalhar.
(Berthold Brecht)
O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
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