domingo, 17 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #3: Fantasia (1940)

Título original: Fantasia
Ano de lançamento: 1940  
Sinopse: A integração das grandes obras da música clássica com visuais extremamente criativos e originais da animação. São as seguintes composições que fazem parte do filme: Toccata e Fuga em Ré Menor, de Johann Sebastian Bach. Suíte Quebra-Nozes, de Peter Llich Tchaikovsky. O Aprendiz de Feiticeiro, de Paul Dukas. Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. Sinfonia Pastoral, de Ludwing Van Beethoven. Dança das Horas, de Almicare Ponchielli. Noite no Monte Calvo, de Modest Mussorgsky. E, Ave Maria, de Franz Schubert.


   Fantasia é o terceiro longa de animação produzido pela Disney. Na década de 1940, o estúdio passava por algumas crises devido a ocorrência da Segunda Guerra Mundial; por isso, grande parte dos seus filmes da época são longas compostos por vários segmentos, ou seja, vários curta metragens que contam histórias isoladas mas se integram na ideia do filme. Fantasia foi o primeiro deles.
   O filme é, principalmente, uma história da música. No início do filme o narrador diz algo como “a interpretação deles não é de músicos propriamente ditos, o que, para nós, é tanto melhor”. “Fantasia” reúne oito grandes clássicos da música erudita, a maioria muito familiares, e os transforma, literalmente, em pequenas histórias. As músicas são, assim, traduzidas em cores e imagens. A ideia foi muito rejeitada pela crítica da época antes do lançamento do filme, porque consideravam absurdo alguém querer transformar a música em imagens, com sua própria interpretação. No fim, o filme também não conseguiu a visibilidade do público. Mas acabou se tornando um dos maiores clássicos do Walt Disney Animation Studios.
   A narrativa começa com a poderosa “Tocata e Fuga em Ré Menor”, de Johann Sebastian Bach. Neste momento, as imagens ainda são um pouco abstratas. Vemos apenas linhas em fundos coloridos seguindo a melodia; tais linhas dividem o vídeo com os integrantes da orquestra, criando uma imagem de completo caos que é, ao mesmo tempo, harmônico.
   Não vou começar a falar sobre todos os segmentos. As músicas estão listadas na sinopse e os curtas podem ser encontrados isolados no You Tube (assim como o filme completo). Portanto, vou falar dos que achei mais belos ou interessantes.
  
Segundo segmento: com O Quebra Nozes, de Tchaikovsky, o filme esquece a representação de brinquedos vivos que é geralmente associada ao balé. Ao invés disso, “Fantasia” resume algumas suítes da obra na passagem das estações do ano. O curta nos mostra fadas aladas e vários elementos da natureza, que é transformada numa verdadeira bailarina. Os elementos são movidos conforme a música e criam a passagem do tempo conforme a mudança das suítes. Uma das minhas músicas favoritas de O quebra Nozes foi inclusa no curta: “Arabian Dance”; sempre que a ouço isoladamente, me vem à cabeça momentos de tristeza e desespero. Claro, porém, que a música é associada à sensualidade. E é assim que acontece no filme, usando personagens aquáticos e formando uma das sequências mais belas do filme.
   Terceiro segmento: O Aprendiz de Feiticeiro não é exatamente muito interessante. A
música é muito divertida e poderosa e as imagens seguem exatamente a melodia. O curioso, porém, é que essa é a primeira aparição de Mickey Mouse num longa da Disney. Aqui, Mickey é o próprio Aprendiz de Feiticeiro, que tenta experimentar os poderes de seu mestre sem poder controlá-los. Uma historieta engraçada, com um dos personagens mais simpáticos já criados, e uma música magnífica.
   Quarto segmento: Sagração da Primavera é uma música, digamos, variada. Uma das minhas preferidas também. Quando Stravinsky a criou, disse que com ele queria exprimir a vida humana. A Disney fez exatamente isso, recriando a evolução da Terra, desde a explosão das galáxias e os primeiros micro organismos aquáticos até a extinção dos poderosos dinossauros. O ataque do tiranossauro aos outros animais é uma das melhores cenas do filme e a melhor passagem da música. Um segmento belíssimo, que prende a atenção do espectador desde o primeiro momento.

  Sétimo segmento: finalmente, Uma Noite no Monte Calvo. Conta a história de um demônio, Chernabog, que vive no alto de uma montanha. Na noite de Halloween, ele solta todas as mazelas do seu mundo num pequeno vilarejo humano. A música, que eu não conhecia, é belíssima. E as imagens, todo o caos e todos os seres mostrados, são uma festa de cores e desenhos.

   “Fantasia” é, provavelmente, um dos filmes menos conhecidos da Disney. Entretanto, nos trás uma ideia belíssima. Transforma nossas melhores músicas em animações maravilhosas e nos encanta com sua aparente simplicidade e por nos levar tão facilmente em suas duas horas de duração.

Próxima parada: Dumbo, de 1941.

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