Num gesto
rápido eu a virei para cima e lhe dei duas bofetadas, uma em cada lado do rosto
e o som pareceu ecoar por toda a vizinhança. E, antes que ela pudesse gritar
alguma frase indignada, eu tapei sua boca com uma das mãos. E estuprei minha
mulher enquanto encarava seu olhar chocado ou enquanto ouvia seu choro baixinho
quando a virei de bruços.
De certa forma, eu acho isso muito irônico:
estuprar a própria esposa. No mundo em que vivemos, marido e mulher têm uma
determinada obrigação ao coito, e é esse acordo silencioso que impede coisas
assim de acontecerem. A culpa foi toda dela, e até hoje eu não acredito em como
ela pôde me olhar daquela maneira.