Você com certeza já ouviu falar de As
Crônicas de Gelo e Fogo ou de Game of Thrones no mundo da telinha. A não ser,
claro, que você viva num mundo paralelo onde a globalização ainda não tenha se iniciado;
mas, sendo assim, você nem estaria lendo isso, então vamos voltar ao assunto
principal. A obra de George R. R. Martin já vinha fazendo um enorme sucesso na
crítica e garantindo muitos fãs por aí; mas depois da série da HBO inspirada
nos livros, houve o boom, inclusive aqui no Brasil. Só se falava disso; e ainda
se fala, principalmente nessa semana, já que a terceira temporada da série
televisiva estréia nesse domingo, dia 31. Mas esse não é ponto aqui.
O ponto é: o que faz As Crônicas de Gelo e
Fogo ser tão especial? Bruxaria? Hipnose? George Martin é na verdade uma
reencarnação de Hitler? Bem, não (ou sim, quem sabe, né?). Mas, eu, que estou
no quinto livro da série (A Dance with Dragons – A Dança dos Dragões) e gosto de
me considerar uma fã nível médio dos livros, por indicação de uma colega, vou
fazer uma pequena listinha com motivos por que ler As Crônicas de Gelo e Fogo.
Lembrando que é a minha opinião, então sem gracinhas. E se eu soltar algum
spoiler sem querer podem me xingar que eu retiro.
Personagens –
sim, eu valorizo muito os personagens; quem faz a estória são eles, afinal. Bom
personagem = bom livro (bem, pelo menos na maioria das vezes). Em As Crônicas
de Gelo e Fogo você tem uma infinidade de personagens, e nenhum nunca será
igual a outro. Cada tem sua peculiaridade, seus defeitos e virtudes. Acho que
às vezes alguns autores constroem seus personagens de uma maneira meio
hipócrita, como se eles tivessem um lado apenas, como se não fossem humanos.
Martin, por isso mesmo, também nos permite uma identificação maior com os
personagens. A quem interessar possa, meu preferido é o Tyrion, o Anão, da Casa
Lannister.
A guerra –
pra quem gosta de algumas cenas de ação, as batalhas são ótimas. Às vezes, você
pode vê-las pelo lado de dois personagens diferentes; o que nos leva a outro
ponto relacionado à guerra em si: o Martin nunca vai te dar um indício de que o
lado de Fulano está certo. Não. É uma guerra, com vários lados (sim, VÁRIOS
lados); você pode escolher o seu, mas não tem o certo ou o errado; geralmente
alguns fãs fazem isso de acordo com seus personagens favoritos, como a
Daenerys, Mãe de Dragões, que tem um fã clube maior que Westeros. Eu tento não
fazer isso e analiso os argumentos de todo mundo – tudo bem que alguns mal têm
argumentos -, mas confesso que considero Stannis a melhor pessoa a se sentar no
Trono de Ferro se um dia essa guerra acabar. Além disso, tem todo o lado
político mesmo, as discussões, as táticas de guerra, as cartas inesperadas. E,
claro, as mortes. Sim, eu te odeio George Martin. Acho que isso também mostra
como as guerras podem mudar completamente a vida das pessoas, estejam elas no
poder ou não, o que pode ser refletido para o nosso mundo também.
Os cenários –
quer uma muralha imensa feita completamente de gelo? Tem. Um deserto intransponível Tem também. Um castelo que fica no alto de uma montanha
enorme, onde existem celas abertas dando diretamente pro ceuzinho azul?
Obviamente que tem. Uma cidade mágica onde todos os seus desejos viram
realidade? Bom, isso não tem, mas seria bacana. Um bom cenário também é importante,
acho. Às vezes as características dos personagens correspondem ao lugar onde
eles vivem ou de onde vieram; ou contrastam também. Eu acho engraçado prestar
atenção nisso. Mas, também cada cenário é propício pra uma determinada
situação, para as emoções dos personagens e da própria estória.
A verdade
nos detalhes – algumas coisas só são perceptíveis se analisarmos bem os
detalhes; como, por exemplo, [spoiler] o romance entre Loras, o Cavaleiro das
Flores e Renly Baratheon [/spoiler], coisa que fica bastante explícita na série
da HBO, mas nos livros, deve-se prestar atenção nas falas, nos diálogos e
atitudes dos personagens, e mesmo assim pouca gente acaba percebendo. É legal,
porque também acabam existindo várias teorias entre os fãs; algumas das mais
comuns são acerca da mãe de Jon Snow, bastardo de Ned Stark. E, claro, vários
caminhos possíveis para o desfecho da série.
Seres
incríveis – Gigantes, dragões, mortos-vivos. Se você é amante de fantasia, não
preciso falar mais nada, certo? Se você não é, ignore esse tópico e vá ser
feliz.
Narrativa –
sim, é cansativa, como eu bem disse que é preciso estar atento aos detalhes; e,
bem, é fantasia medieval. Não é um livro de Tolkien, mas também não é uma das
leituras mais fáceis que já se viu. Mas, pra quem gosta de dar uma complicada,
de uma coisa que de certa forma exija mais atenção, é uma boa. E os capítulos
são divididos por personagens, além de ser em terceira pessoa; ou seja, você
sempre vai estar sabendo o que acontece com todo mundo em boa parte do tempo. Já
quis ser onisciente? (God not approves)
Suspense –
APESAR disso, sim, tem o suspense. É disso que o povo gosta. Duas casas são
amigas? Pule um capítulo e não são mais. Fulano está vivo e triunfante? Ops,
acho que não. Não é um Harlan Coben ou um Dan Brown, mas há várias surpresinhas
ao longo dos livros.
Bom, acho
que já enchi bastante a linguiça, né? Mas, acima de tudo, acho que As Crônicas
de Gelo e Fogo deve ser lida por prestigiar uma mente original e que não se
preocupa com delongas, que é a de George Martin. E tem sangue, cara, quem não
gosta de sangue?
Gostei! Pretendo adquirir os livros em Breve. *---*
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