Título
original: Four Past Midnight
Autor:
Stephen King
Páginas: 667
Nota: 4/5
Sinopse: Stephen King, consagrado unanimemente pela crítica mundial como o Mestre do Horror Moderno, reúne em Depois da meia-noite quatro histórias sobre pessoas que, habituadas à realidade cotidiana e palpável, encontram-se subitamente envolvidas por acontecimentos que desafiam a sanidade. São histórias que se referem não à meia-noite fisica - aquela que os velhos relógios anunciam com doze badaladas -, mas o sutil momento de transição entre nossa realidade e outra, bizarra, ilógica. Uma realidade formada pela substância da qual são feitos os pesadelos.
Meia-Noite e Um – Os Langoliers: no
primeiro toque após a meia-noite, há um avião da American Pride a caminho de
Los Angeles. O voo está cheio, e algumas pessoas dormem enquanto outras tentam
se habituar à noite a uma altura considerável. Nesse ínterim, uma garotinha
cega acorda e percebe que sua tia não está mais sentada ao seu lado. Sua tia
sumiu. Todos sumiram. Ela grita e
acorda mais nove passageiros, entre eles um piloto de avião, um agente secreto
e um escritor de romances de mistério, além de uma garota recuperando-se do
vício às drogas, um homem de negócios perturbado, um jovem prodígio no violino,
uma mulher à beira da meia-idade em busca de aventura, um careca comilão e um
homem de pouca sorte. Juntos, eles descobrem a terrível verdade sobre o que
está acontecendo a eles e têm de se decidir a fazer alguns sacrifícios para
voltarem a sua vida normal.
Com um claro e incômodo toque de Deixados para Trás, esta história (a
mais longa do livro) trás, acima de tudo, aquela coisa sobrenatural que beira o
ridícula típica de alguns livros de Stephen King, mas ainda deixam o leitor
deslumbrado. Neste caso, talvez pelo forte aspecto psicológico que essa
sobrenaturalidade carrega em relação aos singulares personagens da história.
Além disso, o caso é narrado de diversos POV, o que dá ao leitor uma
imparcialidade importante, permitindo-o perceber aos poucos o verdadeiro vilão
presente ali.
“- Agora nós sabemos, não é mesmo? [...] o que acontece ao hoje quando ele
se torna amanhã, o que acontece ao presente quando ele se torna o passado. Uma
espera – morta, vazia e deserta. Uma espera por eles. Uma espera pelos guardiães da eternidade, sempre correndo
mais atrás, limpando a confusão e a bagunça, da maneira mais eficiente
possível... comendo-a!”
Meia-Noite
e Dois – Janela Secreta, Secreto Jardim: Morton Rainey é escritor. Acabou
de passar por um divórcio estranhamente rápido e pacífico, levando em conta que
sua mulher o traiu. Ele não escreve mais e parece estar mergulhando numa densa
depressão. Então, um dia, este homem, supostamente chamado John Shooter, bate
em sua porta e o acusa de plágio. A acusação cai sobre uma história que Mort
escreveu há alguns anos, um conto sinistro que narra a jornada de um homem que
assassina sua mulher e sua lenta descida pelo poço da loucura na sua busca por
se livrar as imagem da esposa. Porém, Morton tem certeza de que não plagiou
ninguém. E quando diz isso a seu acusador, provoca apenas a sua fúria. E John
Shooter se mostra um homem capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer,
ao mesmo tempo que cria uma estranha e negativa relação com Mort.
Até as últimas páginas, a estória pode ser
uma mistura de Angústia e Conte-me Seus Sonhos (Sidnei Sheldon). E
então, desemboca para um delicioso talvez
sobrenatural que deixa aquele “gostinho de quero mais”. Afinal, o que acontece
a um escritor quando ele realmente vive sua história? O que acontece a um homem
quando ele se perde o suficiente para apenas se encontrar em outro? Carregado
por uma boa dose de terror psicológico e perscrutando alguns percalços da
solidão, esse é um dos bons de Stephen King, trazendo o escritor longe de sua
zona de conforto e nos trazendo um mistério deliciosamente previsível.
“Mort baixou o atiçador em um golpe sibilante, havendo apenas tempo
suficiente para perceber que Shooter também esgrimia um atiçador, e para
perceber que Shooter não usava seu chapéu preto de copa redonda, e para
perceber que aquele não era Shooter em absoluto, para perceber que era ele, que o louco era ele. [...]”
Meia-Noite
e Três – O Policial da Biblioteca: Samuel Peebles mora numa cidade pequena
e tem um negócio rentável na área de seguros. Nesta cidade, há um clube que
traz convidados toda a semana para fazer um discurso ou apresentar um
espetáculo. Porém, o showman da noite sofre um acidente e não pode mais se
apresentar. O substituto da vez? Sam Peebles. Ele prepara um discurso, mas sua
secretária sugere alguns livros que o ajudarão a incrementar o texto. Os livros
são apenas encontrados na biblioteca da cidade, onde Sam nunca esteve. A
bibliotecária é uma mulher velha e com ares de cruel, e a biblioteca infantil
tem alguns pôsteres inapropriados; um deles representa até mesmo o Policial da
Biblioteca, que pune aqueles que não devolvem seus livros no prazo. Como
acontece com Sam. Mas, então, ele tem de enfrentar uma coisa muito maior e
muito mais antiga do que o Policial da Biblioteca.
Até que ponto pode chegar o medo? E até que
ponto nós podemos enfrentá-lo? Esta é a questão aqui; quando guardamos nossos
traumas tão profundamente que parecem mentiras quando são trazidos à tona. O
“conto” tem personagens carismáticos, que conquistam nossa simpatia logo de
cara, com temática interessante (e usa até o alcoolismo como analogia). Tem terror,
sobrenatural, psicologia e romance. É quase energizante.
“Quem é o seu Policial da Biblioteca, Sam?”
Meia-Noite
e Quatro – O Cão da Polaroid: É o aniversário de quinze anos de Kevin
Delevan, e ele ganhou o que mais queria: uma nova câmera Polaroid, modelo Sun
660. Mas, ela vem com um pequeno defeito: não importa para onde você aponte o
visor, assim que pressionar o obturador e a foto for vomitada para fora e única
coisa que vai ver é um cão preto em frente a uma cerca malcuidada. Talvez Pop
Merrill, o vigarista da cidade, saiba o que há de errado. Mas, uma vez que o
cão mostra estar em movimento e quase prestes a saltar sobre o fotógrafo (seja
quem for), Kevin desiste da história e decide destruir a câmera. Ele destrói.
Não a sua câmera, claro, porque o incrível Sr. Pop pretende lucrar um pouco com
ela. E o cão pretende enlouquecê-lo um pouco, até que consiga chegar a Kevin.
Este é direto e reto. Não sei quem é Kevin
Delevan ou Reginald Merrill, e muito menos o Cão da Polaroid. Isso pode tornar
a narrativa um pouco confusa e sem propósito às vezes, mas também traz uma
familiaridade por se tratar desse lugar-comum que conhecemos e amamos. E o
final é cheio de ação e daquele delicioso gostinho de quero-mais.
“[...] para Pop ele agora não parecia qualquer criatura que já houvesse
existido neste mundo de Deus e, provavelmente, nem no inferno de Lúcifer.”
Oi, Ana.
ResponderExcluirDescrição incrível desse livro de contos. Vou compra-lo, com certeza.
Meia-Noite e Quatro – O Cão da Polaroid - "...o final é cheio de ação e daquele delicioso gostinho de quero-mais...". Pois é, fica o gostinho, pois este conto funciona como prólogo do livro "Trocas Macabras", que é o prato principal, com sobremesa e tudo!!!
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